OCEANO DE PLÁSTICO

Imagine que todas as vezes que você entra no mar, milhões e milhões de toneladas de lixo estão dividindo as águas com você, pois o maior depósito de lixo do mundo não está em terra firme, mas entre a costa oeste americana e o Havaí, onde existem cerca de 100 milhões de toneladas de detritos, em sua maioria, plástico. Esse “lixão”, descoberto por acaso em 1997, tem o tamanho dos territórios de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo juntos e cresce a cada dia. E de onde vem todo esse lixo?
De acordo com estudos, 20% desse lixo vem de navios e plataformas petrolíferas, o restante é proveniente da atividade humana em terra, e o país campeão de despejo do lixo é a China, seguido de perto por União Européia e Estados Unidos, ou seja, existe uma relação intrínseca entre a alta produção industrial de países economicamente desenvolvidos e a produção e descarte inadequado dos detritos. O Brasil não fica devendo muito a esses países pois em nossa costa se encontra um cinturão de lixo acumulado pelo descarte sem tratamento que ameaça toda a vida marinha que vive nessas águas, especialmente as tartarugas. Apenas 2% de nossa costa é preservada, deixando todo o restante à mercê da má educação e falta de interesse da população e indústrias em manter o oceano limpo.
Existe todo o tipo de lixo no mar, mas o plástico é nada mais nada menos que 90% dele, desde embalagens de produtos como detergentes, sabão, desinfetantes, até brinquedos como Lego, bonecas, garrafinhas de água e refrigerante. E qual a razão de tanto plástico boiando por aí? Simples, porque esse material demora até 450 anos para se decompor, um dos motivos pelo qual ele é o astro principal da reciclagem, ou seja, é melhor reciclar do que esperar que ele suma na natureza. E ele é o grande vilão de mortes de aves marinhas (cerca de 1 milhão por ano) e outros animais marinhos (por volta de 100 mil) – para se ter uma ideia, já foram encontrados mais de 1000 peças de plástico no estômago e intestinos de uma tartaruga marinha morta.
E o que se pode fazer para “limpar” os mares de tanto lixo? A resposta não é tão simples nem tão fácil…a principal ação, promovida por diversos encontros realizados sobre poluição ao longo das décadas seria o comprometimento dos países, a nível municipal, em tratar todo o lixo produzido pela população, indústrias e empresas, diminuindo consideravelmente todo e qualquer detrito a ser lançado ao mar, deixando apenas aqueles que se decompõem rapidamente e não são tão perigosos para os seres que vivem nas águas.
Quem está em terra firme não está livre de sofrer as consequências de tanto plástico nos mares, pois qualquer maré alta pode trazer para a areia da praia onde você está relaxando no verão aquele monte de sujeira que você não quer ver. A poluição nos oceanos afeta o equilíbrio marinho, tão importante para a manutenção desde o clima até a sobrevivência de quem pesca para sustentar a família. Sabemos que a natureza depende de todos os seus aspectos para funcionar bem, e apenas uma fração afetada pode impactar todo o resto.
A aquisição inteligente de produtos contribui para a diminuição do descarte, por exemplo, ao comprar embalagens de plástico menores de produtos de limpeza concentrados, assim como promover a reciclagem e a reutilização, se for possível. Os países ricos precisam reduzir seu consumo, de modo geral, e os mais pobres devem focar no tratamento do lixo. Com atitudes assim, tomadas de modo global, os oceanos podem começar a ver a quantidade de lixo, se não diminuir, pelos menos estabilizar, e encarar um futuro mais limpo para as próximas gerações.
FONTES:
http://www.cienciahoje.org.br/revista/materia/id/821/n/lixo_nos_mares
http://www.revistaplaneta.com.br/mar-de-lixo/
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/02/150213_plastico_mares_lk
http://www.portalsaofrancisco.com.br/meio-ambiente/decomposicao-do-lixo